A música é produção social e cultural de seu tempo,
reflexo das conjunturas históricas que se apresentam no cenário nacional nos
âmbitos econômico, político, social e cultural. Portanto, essa edição retratará
as inovações musicais dos anos 1950 até os dias atuais, as quais acompanharam
as modificações político-econômicas que aconteciam no Brasil e ganharam papel,
voz e palco. A mulher como compositora e/ou “eu” dos versos musicais dos anos
passados e presentes será foco de nossas páginas.
Em
entrevista a uma rádio do Rio de Janeiro, Rita Lee expressa bem as taxações
sofridas pelas mulheres, de acordo com cada época que
viviam: “As mulheres são quantitativamente menos presentes
em muitas áreas. Começamos a botar nossas asinhas de fora recentemente,
enquanto o patriarcado existe há séculos [...] Chiquinha Gonzaga era do tempo
em que os varões diziam: ‘Música é coisa para homem’. Dolores Duran era do
tempo em que os caras falavam: ‘Mulher compositora é puta’. Eu sou do tempo em
que o clube do Bolinha dizia: ‘Para fazer rock tem que ter culhão’. Cássia
Eller é do tempo em que dizem: ‘Precisa ser mulher-macho para fazer música
igual a homem’. Minha neta será do tempo em que vão dizer: ‘Só mesmo uma mulher
para fazer música tão boa.”
No dia 3
de abril de 2013 o primeiro exemplar da Revista “Lira” é lançado e nós,
editoras, homenagearemos Chiquinha Gonzaga, compositora, instrumentista e
regente brasileira da década XIX, nesta edição especial.
Ana
Carolina Drumond, Jéssica Cunha, Laís Nascimento, Luane Marques, Nívea Fiaux e
Waleska Vitor são as fundadoras dessa revista e idealizadoras da valorização da
mulher nos âmbitos social, cultural, político e econômico.
Ô
Abre Alas, meus queridos leitores e minhas
queridas leitoras, a Revista Lira só está começando a passar...
Equipe
“Lira”.
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