segunda-feira, 1 de abril de 2013

“SÓ MESMO UMA MULHER PRA FAZER UMA MÚSICA SER TÃO BOA”



A música é produção social e cultural de seu tempo, reflexo das conjunturas históricas que se apresentam no cenário nacional nos âmbitos econômico, político, social e cultural. Portanto, essa edição retratará as inovações musicais dos anos 1950 até os dias atuais, as quais acompanharam as modificações político-econômicas que aconteciam no Brasil e ganharam papel, voz e palco. A mulher como compositora e/ou “eu” dos versos musicais dos anos passados e presentes será foco de nossas páginas.

Em entrevista a uma rádio do Rio de Janeiro, Rita Lee expressa bem as taxações sofridas pelas mulheres, de acordo com cada época que viviam: “As mulheres são quantitativamente menos presentes em muitas áreas. Começamos a botar nossas asinhas de fora recentemente, enquanto o patriarcado existe há séculos [...] Chiquinha Gonzaga era do tempo em que os varões diziam: ‘Música é coisa para homem’. Dolores Duran era do tempo em que os caras falavam: ‘Mulher compositora é puta’. Eu sou do tempo em que o clube do Bolinha dizia: ‘Para fazer rock tem que ter culhão’. Cássia Eller é do tempo em que dizem: ‘Precisa ser mulher-macho para fazer música igual a homem’. Minha neta será do tempo em que vão dizer: ‘Só mesmo uma mulher para fazer música tão boa.”

      No dia 3 de abril de 2013 o primeiro exemplar da Revista “Lira” é lançado e nós, editoras, homenagearemos Chiquinha Gonzaga, compositora, instrumentista e regente brasileira da década XIX, nesta edição especial.

Ana Carolina Drumond, Jéssica Cunha, Laís Nascimento, Luane Marques, Nívea Fiaux e Waleska Vitor são as fundadoras dessa revista e idealizadoras da valorização da mulher nos âmbitos social, cultural, político e econômico.

Ô Abre Alas, meus queridos leitores e minhas queridas leitoras, a Revista Lira só está começando a passar...


Equipe “Lira”.


OH, ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR! EU SOU DA LIRA!, NÃO POSSO NEGAR!


Falar da imagem musical da mulher e da música brasileira sem tocar no nome dela seria um erro fatal. E só tocar no nome dela também não seria o bastante. Por isso, Lira! reservou algumas páginas para uma pequena homenagem à essa personalidade que é considerada a maior na história da música popular brasileira. Quem é ela? Chiquinha Gonzaga! Então que Abram alas...

Filha do militar Basileu Neves Gonzaga e de Rosa de Lima Maria, nascida no Rio de Janeiro em 17/10/1847, Chiquinha Gonzaga foi compositora, instrumentista e regente. A primeira pianista de choro, introdutora da música popular nos salões elegantes, fundadora da primeira sociedade protetora dos direitos autorais e uma das maiores marcas de expressões de luta pelas liberdades no país. A primeira música que nossa homenageada compôs foi a “Canção dos Pastores”, quando tinha apenas 11 anos de idade. Tudo indicava que seria uma vida inteira de talento.

Quando tinha apenas 16 anos, como seguia a tradição da época, teve um oficial da Marinha Mercante como marido escolhido por seus pais. Casou-se com ele, no entanto, poucos anos depois Chiquinha Gonzaga, muito além de seu tempo, abandonou o marido escolhido pela família por um engenheiro de estradas de ferro e dele logo se separou.


Ganhava a vida sendo professora de piano e a convite de um famoso flautista, passou a integrar o Choro Carioca, tocando em festas e freqüentando o mundo artístico da época. Não era comum a presença feminina neste mundo, Chiquinha foi a primeira. Abrindo alas para as artistas que viriam após ela. Seu início como compositora se deu em 1877, com Atraente, que foi uma composição de improviso durante uma roda de choro na casa do compositor Henrique Alves de Mesquita.

Chiquinha era desafiadora dos padrões da época e com isso sofria fortes preconceitos, mas que não a impediram de conquistar seu lugar.
Após dois casamentos abandonados, Chiquinha apaixonou-se pelo também pianista Artur Napoleão e para um libreto dele mesmo, escreveu uma partitura, viagem ao Parnaso, entretanto a peça foi recusada pelos empresários. Outras tentativas fracassaram, mas em 1885 finalmente conseguiu musicar a opereta de costumes A Corte na Roça, encenada no Teatro Príncipe Imperial. Em 1889, promoveu e regeu um concerto de violões.

Para justificar sua fama pelas lutas de liberdade, Chiquinha foi uma ativa participante do movimento pela abolição da escravatura, vendendo suas partituras de porta em porta a fim de conseguir fundos para a Confederação Libertadora. Com o dinheiro arrecadado na venda de suas músicas comprou a alforria de José Flauta, que era um escravo músico. Além disso, Chiquinha Gonzaga também participou da campanha republicana e de todas as grandes causas sociais do seu tempo.
Em 1899 já era uma artista consagrada  e compôs a primeira marcha- rancho, Ó Abre Alas, verdadeiro hino do carnaval brasileiro até os dias atuais. Muitas pessoas ouvem e não sabem quem foi a maravilhosa pessoa que a compôs. 






Morou em Lisboa por três anos e quando voltou ao Brasil deu uma contribuição decisiva ao teatro popular musicando, em 1912, a burleta de costumes cariocas Forrobodó, seu maior sucesso teatral. Em 1914 seu tango Corta-Jaca foi executado pela primeira- dama do país, Nair de Teffé, em recepção oficial no Palácio do Catete, causando escândalo político.







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Após muita campanha, em Setembro de 1917, liderou a fundação da SBAT, sociedade pioneira na arrecadanão e proteção dos direitos autorais.

Sua última partitura foi escrita aos 85 anos de idade, Maria, com libreto de Viriato Corrêa. Sua obra reúne dezenas de partituras para peças teatrais e centenas de músicas nos mais variados gêneros: polca, tango brasileiro, valsa, habanera, schottisch, mazurca, modinha etc.


Aos 87 anos de idade, em 28 de fevereiro de 1935, no Rio de Janeiro, Chiquinha Gonzaga faleceu; deixando sua obra viva até hoje para quem quiser prestigiar.

Essa interessante história é muito mais rica do que algumas poucas páginas que reservamos à ela, espero que a revista Lira! tenha despertado a curiosidade em você para que procure conhecer mais sobre Chiquinha Gonzaga, você também não se apaixonou por ela?!

Pra finalizar nosso espaço saudoso de Chiquinha Gonzaga, seguem trechos de algumas músicas escritas por ela...


 “Ai morena a quem amo, a quem adoro
Não me sai um só momento da idéia
É faceira, dengosa e muito chique
Tem um pé... que beleza, que tetéia! – A brasileira. 

Tive dois amores na vida
Um eu dei meu coração
Dei a outra o meu amor
So fiquei na ilusão – Dois Corações
. 

Arrume as coisas meu amor vamos simbora
É melhor deixar de choro que se não te levo agora
Só vou contigo se tu se casar comigo
De promessa eu ando cheia
O teu amor corre perigo – Vamos Embora. 


sábado, 30 de março de 2013

DIAS ATUAIS - E COMEÇA A SALADA DE FRUTAS


Já fomos garotas de Ipanema, já fomos a grande Amélia que era a “mulher de verdade” e agora somos cachorras, popozudas e safadas
O ritmo que mais toca e que vem seguindo as novas gerações é o funk, que retrata um pouco da realidade das comunidades brasileiras. 
Drogas, armas, conotações sexuais são temas bem abordados e que chamam a atenção dos jovens.

O derivado do funk mais presente no Brasil é o funk carioca. Na verdade, este é bastante popular em várias partes do Brasil e inclusive no exterior, chegou a ser uma das grandes sensações do verão europeu em 2005
Os sucessos desse ritmo são marcados por: Mr. Catra, Gaiola das popozudas, Bonde do Tigrão, DJ Malboro, Tati Quebra BarracoMc. Marcinho e entre outros que marcaram e marcam ainda os funks brasileiros.

Um grande sucesso foram as mulheres frutas, como a mulher melancia, mulher Jaca, moranguinho, entre outras. Todas têm em comum os corpos exuberantes, que fazem com que os homens as desejem e as outras mulheres queiram ser iguais a elas.


            As músicas mostram que estas querem dar uma resposta aos homens com relação ao fato delas não dependerem emocionalmente deles e que as mesmas podem ter diversos relacionamentos, sem precisar se preocupar com que os demais irão falar. 
Um trecho das músicas  “nenhum homem presta” da mulher melancia e “homem é tudo igual” da mulher moranguinho, mostram um pouco como o Gênero feminino está se impondo nas relações homem e mulher. 

                                “Nenhum homem presta
É um mal necessário
Enquanto não acho o certo
           Eu me divirto com os errados...          

                


Homem é tudo igual
Pega um,pega geral 
Fica pagando de gatinho
Mas pra mim tá sem moral....





A mulher deixa de ser submissa e “fiel” e passa a pensar mais em si. Mas também pode ser visto como uma forma de afronta aos homens, mostrando que não só elas podem ser traídas, mas eles também. Observamos então, como a mulher deixou de ser a “mulher de verdade”.

Sou feia, mas tô na moda

Eu fiquei 3 meses sem quebrar o barraco              
Sou feia, mas tô na moda,
tô podendo pagar hotel pros homens
isso é que é mais importante.

Late Que Eu To Passando

Agora é diferente, somos nós
Mulheres que estamos mandando. Fica de quatro, balança

O rabo, me dá a patinha, bota a linguinha pra fora e
Late, late seu cachorro.. Late que eu to passannndoo!

Late, late.. Late que eu to passando vem
Late, late.. Da patinha, vai vem!
Late, late.. Late que eu to passando vai                                       
Late, late...



Para muitos o gênero feminino é denegrido nessas canções, pois vê a mulher como objeto, um corpo que muitas das vezes é usado para ser desejado e com isso receber algo em troca. Enquanto para outras pessoas o funk mostra a liberdade de expressão que a mulher atual possui, sendo capaz de expor sem censura, todos os seus desejos sexuais, todas as suas frustrações e relação com a vida que levam







ANOS 90 - E VAI DESCENDO NA BOQUINHA DA GARRAFA ....




Na década de 1990, a música sofreu diversas inovações em relação à melodia e às letras, sendo vista como “lixo cultural”. Esse discurso pejorativo desvalorizava os novos artistas populares, que traziam o axé, o pagode, o funk, o hip-hop e o sertanejo às paradas de sucesso. 


Chico César e Sandra de Sá, através de letras voltadas para a valorização da mulher afrodescendente, revolucionaram os anos 90 com as músicas “Mama África” e “Olhos Coloridos"

 Mama África, 
a minha mãe é mãe solteira 
e tem que fazer mamadeira todo dia,                        
além de trabalhar 
como empacotadeira nas Casas Bahia  




 você ri da minha roupa, você ri do meu cabelo,
 você ri da minha pele,
 você ri do meu sorriso
meu cabelo enrolado (...) sarará crioulo
todo brasileiro tem sangue crioulo






Mamonas Assassinas, com 7 meses de sucesso cantavam para as mulheres:



 Mina, seus cabelo é da hora, 
seu corpão violão,                                            
meu docinho de coco, 
tá me deixando louco (...) 





Nos anos 90 muitas bandas de pagode, compuseram de forma bem humorada como se sentiam com o “abandono” da mulher amada, como a música “Cilada”, do grupo Molejo

Que cilada, desilusão,
 ela me machucou, 
ela abusou do meu coração (...) 
Não era amor, era cilada 

E também de forma deprimente, mostrando total dependência emocional do ser amado, como as músicas “Lua Vai” do Katinguelê

Lua vai, 
iluminar os pensamentos dela
fala pra ela que sem ela eu não vivo
viver sem ela é o meu pior castigo 


Gabriel O Pensador trazia em batidas do rap o sucesso “Lôraburra”, com rimas que relatam o humor ácido do rapper, que de forma preconceituosa reprime as mulheres que têm pouca bagagem intelectual:


Marionetes alienadas vocês não têm jeito,
eu não sou agressivo,
contundente talvez, 

o Pensador dá valor às mulheres,
mas não vocês,
vocês são o mais puro retrato da falsidade,
desculpa amor,
mas eu prefiro mulher de verdade,
lôraburra!
 


Em “Pagu”, escrita no final da década de 1990 por Zélia Duncan e Rita Lee, em homenagem a poeta Patrícia Galvão, primeira mulher brasileira a ser presa no Brasil por questões políticas, que desconstrói o estereótipo da mulher “perfeitinha” da bossa nova, que deixa de ser o sexo frágil: 

Eu sou pau pra toda obra,
Deus dá asas à minha cobra (...) 

nem toda feiticeira é corcunda, 
nem toda brasileira é bunda, 
meu peito não é de silicone, 
sou mais macho que muito homem

 e mostra as consequências de se descumprir o papel social da mulher imposto pelo senso-comum:

 mexe e remexe na inquisição, 
só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão (...)


A maternidade é, lindamente, interpretada na música 1º de Julho, feita em 1993 por Renato Russo, em homenagem a Cássia Eller, que estava grávida:

 Eu vejo que aprendi, 
o quanto te ensinei e 
é nos teus braços que ele vai saber                         
(...)
Sou fera, 
sou bicho
sou anjo e sou mulher
sou minha mãe e minha filha, 
minha irmã, minha menina
Mas sou minha,
 só minha e não de quem quiser

Marisa Monte e Adriana Calcanhotto, segundo suas biografias foram, em meados 1990, as raríssimas artistas brasileiras a gravarem discos ao vivo. Marisa integrava samba, jazz, funk, blues, soul, bossa nova e rock com diversas gerações e estilos musicais e Calcanhotto seguia a mesma linha, acrescentando o pop às suas melodias.
 A música “Beija Eu” revela de forma inovadora a mulher expressiva em seus sentimentos, que revelam os quereres, libertam-se, falam sobre o amor. 

Beija eu!
 Beija eu! 
Beija eu, me beija.
 Deixa o que seja ser...
 Então beba e 
receba meu
 corpo no seu. 
Corpo eu, 
no meu corpo. 
Deixa! 
Eu me deixo.
 Anoiteça
 e amanheça

sexta-feira, 29 de março de 2013

ANOS 80 - ROCK'N ROLL


Ao final da década de 70 já começava a aparecer no cenário musical o rock, porém foi na década de 80 que o rock ganhou mais visibilidade com suas canções que falam na maioria das vezes sobre amores perdidos ou bem sucedidos, não deixando de abordar é claro algumas temáticas sociais

O grande diferencial das bandas deste período era a capacidade de falar sobre estes assuntos sem deixar a música tomar um peso emocional ou político exagerados. Fora a capacidade que seus integrantes tinham de falar a respeito de quase tudo com um tom de ironia, outra característica marcante do movimento.

Tudo começou aqui no Brasil com o surgimento de bandas como Blitz e seu grande sucesso "Você não soube me amar", de 1982, tendo integrantes como Lobão, Evandro Mesquita e Fernanda Abreu. O auge das bandas de rock dos anos 80 aconteceu em 1985, no show do Rock in Rio.

                     

 Bandas como Barão Vermelho, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Titãs, Legião Urbana (sendo esta uma das mais respeitáveis tanto pelo público quanto pelos críticos, tendo grande alcance até os dias atuais) e entre tantas outras apareceram no cenário musical brasileiro de forma mais intensa, e algumas conseguiram manter seu sucesso até os dias de hoje; na sua maioria todos tinham em comum suas letras com temática de critica a sociedade vigente.

 



Outra semelhança entre essas bandas foi a temática do amor; na sua maioria relatava um amor sublime, impossível de ser separado e uma relação de muita dependência e possessividade; sentimento esse que aparece com grande frequência quando o amor e ódio são relatados nas canções, tomando a mulher principalmente como posse e não aceitando quando a mesma resolve abandoná-lo. 

Ultraje a Rigor com sua música “Inútil” se tornou um hino da juventude dos anos 80, que lutavam contra o modelo político. Contrapondo a rebeldia da banda temos o Ciúme do mesmo Ultraje a Rigor, que não consegue se adaptar a liberdade das mulheres. 

Eu quero levar uma vida moderninha
Deixar minha menininha sair sozinha
Não ser machista e não bancar o possessivo
Ser mais seguro e não ser tão impulsivo
Mas eu me mordo de ciúme
Mas eu me mordo de ciúme
Meu bem me deixa sempre muito à vontade
Ela me diz que é muito bom ter liberdade
Que não há mal nenhum em ter outra amizade
E que brigar por isso é muita crueldade
 

Camisa de Vênus foi uma das bandas que fez grande sucesso no cenário brasileiro dos anos 80, sendo uma banda tida como mais "suja" do que as outras pelo seu nome (na época era muito utilizado como sinônimo de preservativo) e pelos palavrões nas letras. Suas principais músicas são Bete MorreuEu Não Matei Joana D'ArcDeus Me Dê Grana e Só o Fim.







Todos queriam Bete 
Desejavam Bete
Sonhavam com Bete
Mas ela nem ligava 
Um dia ela saiu de casa 
Mas ao dobrar a esquina 
Foi empurrada dentro de um carro 
Prá deixar de ser menina 
Amordaçaram Bete 
Espancaram Bete 
Violentaram Bete 
Ela nem se mexeu 
            Bete morreu 

Ainda com o Camisa de Vênus podemos encontrar músicas ainda mais agressivas contra a mulher como em Sílvia. 

Você me diz que não tá mais saindo
Mas eu desconfio que cê tá me traindo
Ô Silvia, piranha!!! Ô Silvia, piranha!!!
.....
Todo homem que sabe o que quer
Pega o pau pra bater na mulher
Ô Silvia, piranha!!! Ô Silvia, piranha!!!
......
Você jura e repete que me tem amor
Mas eu lhe flagrei com um vibrador
Ô Silvia, piranha!!! Ô Silvia, piranha!!! 


 Falando sobre a violência contra a mulher, temos a música Camila, Camila da Banda Biquini Cavadão.


Depois da última noite de chuva
Chorando e esperando amanhecer, amanhecer
Às vezes peço a ele que vá embora 
....
Eu que tenho medo até de suas mãos

Mas o ódio cega e você não percebe
....
E eu que tenho medo até do seu olhar
Mas o ódio cega e você não percebe
....
Havia algo de insano
Naqueles olhos, olhos insanos
Os olhos que passavam o dia
A me vigiar, a me vigiar
Camila
Camila, Camila
 


Nestas canções além do sentimento de possessividade; se encontra a temática da agressão, onde se naturaliza a agressão contra a mulher sendo ela psicológica ou física; sendo ainda reprimida a  sexualidade feminina.