Já fomos garotas de Ipanema,
já fomos a grande Amélia que era a “mulher de verdade” e agora somos cachorras,
popozudas e safadas.
O ritmo que mais toca e
que vem seguindo as novas gerações é o funk, que retrata um pouco da realidade
das comunidades brasileiras.
Drogas, armas, conotações sexuais são temas bem
abordados e que chamam a atenção dos jovens.
O derivado do funk mais presente
no Brasil é o funk carioca. Na verdade, este é bastante popular em várias
partes do Brasil e inclusive no exterior, chegou a ser uma das grandes
sensações do verão europeu em 2005
. Os sucessos desse ritmo são marcados
por: Mr. Catra, Gaiola das popozudas, Bonde do Tigrão, DJ Malboro, Tati Quebra
Barraco, Mc. Marcinho e entre outros que marcaram e marcam ainda os funks
brasileiros.
Um grande sucesso foram as
mulheres frutas, como a mulher melancia, mulher Jaca, moranguinho, entre
outras. Todas têm em comum os corpos exuberantes, que fazem com que os homens
as desejem e as outras mulheres queiram ser iguais a elas.
As músicas mostram que estas querem
dar uma resposta aos homens com relação ao fato delas não dependerem emocionalmente
deles e que as mesmas podem ter diversos relacionamentos, sem precisar se
preocupar com que os demais irão falar.
Um trecho das músicas “nenhum
homem presta” da mulher melancia e “homem é tudo igual” da mulher moranguinho,
mostram um pouco como o Gênero feminino está se impondo nas relações homem e
mulher.
“Nenhum homem presta
É um mal necessário
Enquanto não acho o certo
Eu me divirto com os errados...”
“Homem é tudo igual
Pega um,pega geral
Fica pagando de gatinho
Mas pra mim tá sem moral....”
A mulher deixa de ser submissa e “fiel” e passa a pensar mais em si.
Mas também pode ser visto como uma forma de afronta aos homens, mostrando que
não só elas podem ser traídas, mas eles também. Observamos então, como a mulher
deixou de ser a “mulher de verdade”.
Sou feia, mas tô na moda
“Eu
fiquei 3 meses sem quebrar o barraco
Sou
feia, mas tô na moda,
tô
podendo pagar hotel pros homens
isso é
que é mais importante.”
Late Que Eu To Passando
“Agora é diferente, somos nós
Mulheres que estamos mandando. Fica de quatro, balança
O rabo, me dá a patinha, bota a linguinha pra fora e
Late, late seu cachorro.. Late que eu to passannndoo!
Late, late.. Late que eu to passando vem
Late, late.. Da patinha, vai vem!
Late, late.. Late que eu to passando vai
Para muitos o gênero feminino é denegrido
nessas canções, pois vê a mulher como objeto, um corpo que muitas das vezes é
usado para ser desejado e com isso receber algo em troca. Enquanto para outras
pessoas o funk mostra a liberdade de expressão que a mulher atual possui, sendo
capaz de expor sem censura, todos os seus desejos sexuais, todas as suas
frustrações e relação com a vida que levam.